domingo, 30 de outubro de 2011

CIGANA SETE FACADAS



Cigana Sete Facadas
ESPÍRITO DE MULHER, ESSE EXU FEMININO CULTUADO NA QUIMBANDA É USADO PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS RELACIONADOS AO AMOR E À SEXUALIDADE
De beleza exuberante e inteligência rara, Elisa se achava uma mulher sem sorte. Vivia infeliz: todos que a cercavam, todos a quem amava pareciam sofrer com ela. Uma maldição, pensava ela. Casada, logo o marido passou a se servir de putas, embora amasse e desejasse a mulher, que só penetrou uma vez, na primeira noite. Apesar de seu tremendo desejo por Elisa, só alcançava a ereção com outras. Ela sofria pelas dores do marido. Ele a acusava de rejeitá-lo e batia nela.
No começo, nem tudo era sofrimento. Daquela única vez nasceu Vitória. A menina cresceu bonita e saudável até os sete anos. Depois começou a definhar. "É a maldição!", Elisa se culpava. O marido se enterrou de vez nos puteiros, ia chorar sua desventura no colo das putas. Todas as especialidades médicas foram consultadas, todas as promessas foram pagas, todas as rezas foram rezadas.
Consultados médiuns e videntes, cartomantes e benzedeiras, padres, pastores e profetas, nada. A saúde da menina decaía dia a dia. Até que Elisa foi bater à porta de mãe Júlia, famosa mãe-de-santo. "Você nasceu com a beleza de Oxum e a majestade de Xangô, mas seu coração é de pombagira", disse-lhe a mãe-de-santo, depois de consultar os búzios.
A vida recatada de Elisa, seu senso de pudor, sua modéstia, a repressão de costumes que ela mesma se impunha, a falta de interesse pelo sexo, tudo isso negava os sentimentos de seu coração, contrariava sua natureza. A cura, a redenção -dela e dos seus-, tinha uma só receita: libertar seu coração, deixar sua pombagira viver. Foi a sentença da mãe-de-santo.
Leve e livre
Ali mesmo, naquele dia e hora, sem saber como nem por quê, Elisa se deixou possuir por três homens que, no terreiro, tocavam os atabaques. O prazer foi imenso. Sentiu-se leve e livre pela primeira vez na vida.
Pensando na filha, voltou correndo para casa e encontrou a menina melhor, muito melhor: corria sorridente, pedia comida, queria brincar.
No dia seguinte, Elisa voltou ao terreiro. "Seu caminho é longo ainda", mãe Júlia disse.
Depois a abençoou e se despediu. Um dos homens com quem se deitara no dia anterior lhe deu um endereço no centro da cidade, um local de meretrício, que Elisa começou a freqüentar. Passava as tardes lá, enquanto o marido trabalhava. Voltava para casa mais feliz e esperançosa, a menina melhorava a olhos vistos.
Para preservar a honra do marido, Elisa se vestia de cigana, cobrindo o rosto com um véu. O mistério tornava tudo mais excitante. A clientela crescia. O marido soube da nova prostituta e quis experimentar. Na cama com a Cigana, o prazer foi surpreendente, muito maior do que sentira com Elisa e que nunca fora superado com outra mulher. Seria escravo da Cigana se ela assim o desejasse. Mas a Cigana nunca mais quis recebê-lo.
A insistência dele foi inútil. "Um dia te mato na porta do cabaré", ele a ameaçou, ressentido e enciumado. Ela se manteve irredutível.
Num entardecer de inverno, ele esperou pela Cigana na porta do puteiro e, na penumbra, lhe deu sete facadas. Assustado, olhou o corpo ensangüentado da morta estirado no chão e reconheceu, no piscar do néon do cabaré, o rosto desvelado de Elisa. Um enfarto o matou ali mesmo.
Longe dali, no terreiro de mãe Júlia, o ritmo dos tambores era arrebatador. As filhas-de-santo giravam na roda, esperando a incorporação de suas entidades.
Na gira de quimbanda, exus e pombagiras eram chamados. Os clientes, que lotavam a platéia, esperavam sua vez de falar de seus problemas e resolver suas causas. As entidades foram chegando, e o ambiente se encheu de gargalhadas e gestos obscenos. O ar cheirava a suor, perfume barato, fumaça de tabaco, cachaça e cerveja. A força invisível da magia ia se tornando mais espessa, quase podia ser tocada.
Cada entidade manifestada no transe se identificava cantando seu ponto. De repente, uma filha-de-santo iniciante, e que nunca entrara em transe, incorporou uma pombagira.
Com atrevimento ela se aproximou dos atabaques e cantou o seu ponto, que até então ninguém ali ouvira: "Você disse que me matava/na porta do cabaré/ Me deu sete facadas/ mas nenhuma me acertou/ Sou Pombagira Cigana/ aquela que você amou/ Cigana das Sete Facadas/ aquela que te matou".
Mãe Júlia correu para receber a pombagira, abraçou-a e lhe ofereceu uma taça de champanhe. "Seja bem-vinda, minha senhora. Seu coração foi libertado", disse a mãe-de-santo, se curvando.
Pombagira Cigana das Sete Facadas retribuiu o cumprimento e, gargalhando, se pôs a dançar no centro do salão.
Biografias míticas
Essa é uma história de ficção, mas poderia não ser. É baseada em relatos que ouvi e li em anos de pesquisa sobre umbanda e candomblé. Pombagiras são espíritos de mulheres, cada uma com sua biografia mítica: histórias de sexo, dor, desventura, infidelidade, transgressão social, crime.
Pombagira é um exu, um exu feminino. Na concepção umbandista, o termo exu nomeia dezenas de espíritos de homens e mulheres que em vida tiveram uma biografia socialmente marginal.
O culto dessas entidades é reunido na quimbanda, uma das divisões da umbanda, hoje em dia também encontrada em muitos terreiros de candomblé.
A quimbanda cuida das situações de vida que a moralidade dos caboclos e pretos-velhos, que compõem a outra divisão da umbanda, rejeita e reprime.
Pombagira tem múltiplas identidades, cada uma com nome, aparência, preferências, símbolos, mito e cantigas próprios. Entre dezenas há: Pombagira Rainha, Maria Padilha, Sete Saias, Maria Molambo, Pombagira das Almas, Dama da Noite, Sete Encruzilhadas.
Apela-se especificamente às pombagiras para a solução de problemas relacionados a fracassos e desejos da vida amorosa e da sexualidade. Pombagira junta e separa casais, protege as mulheres, propicia qualquer tipo de união amorosa ou erótica, hétero ou homossexual.
aspirações e frustrações
Para a pombagira e seus companheiros exus, qualquer desejo pode ser atendido. Por meio dos pedidos feitos às pombagiras, podemos entender algo das aspirações e frustrações de parcelas da população que estão de certo modo distantes de um código de ética e moralidade embasado em valores da tradição ocidental cristã.
O culto dá acesso às dimensões mais próximas do mundo da natureza, dos instintos, das pulsões sexuais, das aspirações e desejos inconfessos.
Revela esse lado "menos nobre" da concepção de mundo e de agir no mundo. Umbanda e candomblé são religiões que aceitam o mundo como ele é e ensinam que cada um deve lutar para realizar seus desejos.
Por isso, com freqüência são vistas como liberadoras. Não se crê no pecado nem em premiação ou punição após a morte. A vida é boa e deve ser levada com prazer e alegria.
Nessa busca da realização dos anseios humanos mais íntimos, exus e pombagiras reforçam sem dúvida uma importante valorização da intimidade, às vezes obscura, de cada um de nós, pois para os exus e pombagiras não há desejo ilegítimo nem aspiração inalcançável nem fantasia reprovável.
Referências
Autor:REGINALDO PRANDI

POMBAGIRA RAINHA DOMITILIA



PG Rainha Domitila
Nação Aluaiê
Nasceu no ano de 1733 e faleceu no ano de 1786. Tratava-se de uma senhora baixa, de pele clara, olhos e cabelos castanhos claros. Pertence a nação Aluaiê. Seus alimentos preferidos são os mesmos que os do Tranca Rua. Sua missão na terra é cuidar das pessoas em geral. Entregam-se suas oferendas em todos os lugares.

Características
Bebida- Champanhe e marafa com amora
Fuma-Cigarros ou Cigarrilhas
Simbolos-as estrelas, as cartas, chicote de 7 fios, um tridente e um sino
Vela- marrom, roxo e vermelho

Ponto Cantado:

Pombagira Linda,Pombagira é,
a Domitila,Rainha do Candomblé,
Vem fazer feitiço,vem fazer amor,
e com seu feitiço aliviar a minha dor.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

POMBAGIRA RAINHA DAS SETE ENCRUZILHADAS



Eu Trabalho : De noite e de dia, lugares frios e quentes,
No escuro e no claro, contra o medo e com a coragem,
Contra a ignorância e com a inteligência,
A favor dos menos favorecidos e contra os mais abusados,
Abrindo os caminhos, para os humildes e necessitados, fechando os
caminhos, para os desonestos e perversos,
Estimulando aqueles que têm vontade de evoluir,
Esgotando aqueles que pensam apenas ``no como prejudicar'',
Despertando vontades, sensações e desejos,
Dando a agonia exata para os que valorizam a luxúria acima de tudo,
Fazendo assim, com que cada vez mais apreciem o seu lixo do seu
``luxo interior´´,
Utilizando a minha sensualidade para conquistar o que quero,
para dar confiança, mas não confio em ninguém,
Em benefício daqueles que estão com o sentimento ferido,
mas faço sangrar aqueles que feririam os sentimentos dos próximos,
Dando risada de seus tormentos e de seus labirintos sombrios,
Pra lhe ajudar a viver e respeitando seus limites,
Colocando os doces da vida a sua frente,
mas posso deixar o ardido em seus olhos e sentimentos,
Respeitando-lhe e exijo que me respeite,
Com meu punhal, eu te furo, mas também te curo,
Com minha capa, vermelha e preta bordada em ouro,
eu te cubro e projeto, mas também lhe descubro e lhe tiro
todos os desejos, com a minha Coroa e lhe nomeio, envolvo,
terá o meu apoio e será também parte do meu reino,
mas se pensar em me enganar será considerado um COITADO.
Sobrará apenas um sentimento pequeno : ``pena´´

Quem sou?
Não sou mundana e nuca fui mulher da vida,
Sou mulher sim, mas mulher COM vida,
Gosto do que é bom e belo,
Mas não gosto da falsidade, hipocrisia, mediocridade e vulgaridade,
Sou rival e sou parceira,
Sou bela, faceira e criativa,
Com minha criatividade te levanto,
Mas com a mesma te devasto e lhe deixo em pranto.
Sou um chocolate com pimenta,
às vezes doce e outras vezes ardida demais,
Eu sou menina, sou mulher, sou princesa, sou rainha,
Eu sou a Moça dos caminhos e encruzilhadas
Me chamam de POMBAGIRA RAINHA DAS SETE ENCRUZILHADAS!

Por Alexandre Cuminho

sexta-feira, 3 de junho de 2011

POMBAGIRA DAMA DA NOITE


Quem nunca ouviu falar na Pomba-Gira Dama da Noite? É uma entidade muito conhecida e prestigiada. Muitas pessoas erroneamente dizem que a Dama da Noite é uma unidade de Maria Padilha, o que na verdade não é! Em todo o nosso estudo a respeito destas maravilhosas entidades, descobrimos que a Gira Dama da Noite foi uma das amantes de D. Pedro I na corte do Brasil.
Conta a história que esta entidade na sua época aqui na terra foi uma mulher muito bonita e rica, pois era uma das mais requisitadas cafetinas da época. Devido a sua beleza e mistério, causava um verdadeiro alvoroço nos corações e desejos dos homens da corte.. que chegavam a ofertar a esta mulher verdadeiras fortunas para passar uma noite em seus braços.
E foi através desta magia da sedução que fez esta linda mulher se afortunar e despertar curiosidade no principe herdeiro do Brasil , D. pedro I.
Na história do Brasil seu nome não é citado, pois chamava-se Helena, mais nas cartilhas e jornais da época este envolvimento chegou a gerar um certo escândalo.
Foi através da psicografia de Fábio Freitas que descobrimos a verdadeira história desta linda entidade que quando chega ao mundo, trás com ela a sua magia e sensualidade. Adora ganhar perfumes e rosas vermelhas nas encruzilhadas, sempre em cima de um pano vermelho seja de morim ou cetim, fuma cigarrilhas longas e toma champgne de Sidra.
psicografia de Fábio Freitas

POMBA GIRA DAMA DE VERMELHO


A DAMA DE VERMELHO ( A POMBAGIRA)
Escrito por Dr Paulo Roberto Silveira
Especialista em Neurologia e Psiquiatria
Qui, 29 de Outubro de 2009 19:36

A DAMA DE VERMELHO ( A POMBAGIRA)
Quando fazia a minha Pós Graduação de Neurologia, no Instituto Deolindo Couto em Botafogo, era solteiro convicto, fui convidado a uma festa de aniversário de um colega . Tinham fechado uma boate lá na Barra, num Hotel de luxo , Hotel Internacional se nao me engano , e, ao chegar, meio deslocado deparei junto ao bar, a imponente presença de uma formosa mulher morena, de uns 20 a 22 anos, de cabelos negros longos e sedoso de caiam sobre os ombros, desnudos tinha uma rosa vermelha na fronte esquerda, vestia um vestido vermelho justo e curto deixando ver uma nesga generosa de um belo par de coxas. Fascinado e enchendo-me de coragem, aproximei-me podendo notar conforme ia me aproximando um lindo sorriso, dentes perfeitos e brancos, com uma boca bem feita e sedutora , e, uns olhos negros e vivos, mostrando todo a sensualidade que um olhar pode provocar . A pender-lhe das orelhas ornadas com um grosso brinco de ouro tipo argola, bem como várias pulseiras nos dois punhos e anéis de várias pedras preciosas em cada dedo, inclusive os polegares e no pescoço uma grossa gargantilha, ornado com uma pedra negra, com um desenho em ouro ao centro parcendo-me um pentagrama. Seu perfume sensual e envolvente impregnava o ar. Muito prazer meu nome é Hana, muito prazer Paulo . Um calor tomou conta de meu corpo como um raio fulminando-me e, segurando o tremor e fraqueza nas pernas reuni todas as fôrças para dissimular e sentando-me ao lado puxei a conversa mais antiga do mundo:
-O que uma linda mulher como você está sózinha num lugar como êsse?
- Esperando por alguém como você! Abrindo um grande e sedutor sorriso que me encantou.
- Você dança? Perguntei-lhe
- Experimente por você mesmo! Respondeu-me .
E tomando-a nos braços fomos para a pista de dança, onde pudemos unir os nossos corpos numa das músicas bem ao tipo dos anos 80, pude constatar ser uma excelente dançarina, leve e perfeita e de conversa fácil e inteligente. Bastante excitados e animados, finalmete reuni nova coragem e olhando profundamente naqueles olhes negros, faicante de desejo, perguntei-lhe:
- Então que tal a gente ir para um lugar mais calmo, mais tranquilo onde nós poderíamos nos conhecer melhor.
- Tudo bem, meu moço bonito, para onde você que me levar? Que tal a minha casa. Moro sózinha, e não muito longe daqui.
Selamos esse acordo com um voluptuoso beijo;onde senti o hálito perfumado e o gosto de sua boca, sedosa e enbriante deixando antever a loucura que seria ter essa mulher em meus braços.O desejo e a paixão tomava conta do meu corpo em brasa.
Fomos para o estaciomento, onde estava o meu carro, e,usando uma antiga técnica de observação, ia deixando ela andar na minha frente só observando o belo balanceado dos lindos quadris, pude aquilatar que era realmente a minha noite de sorte! A minha casa fica em Botafogo. E cego de desejo e tesão ,mal ia prestando a atenção nas dicas do caminha da residencia de Hana. Quando finalmente ela me disse: Pode parar aqui, estamos na porta do minha casa, ato contíuo sem esperar por qualquer gentileza de minha parte, falou-me:
- Moço bonito, isto aqui é para voce nunca mais se esquecer de mim, tirando a rosa vermelha de sua fronte e colocando-a suavemente em minhas mãos e ato contínuo, abriu a porta do carro e saiu .
Foi ai que estarrecido e sem acreditar no estava vendo retruquei:
Mas Haia, espere por mim, ei espere um pouco , ha algo errado, esse local é ... é... é...uma encruzilhada não vejo casa nenhuma!
Só consegui ouvir os risos que iam se perdendo na noite , estes risos que ja havia ouvido em algum lugar soava como :

IAAAAAAA HA HA HA HA HA HAAAAAA. IAAAAAAAA HA HA HA HA HA HAAAAAAAAAAAAAAA IAAAAAAAAAAAAAAA HA HA HA HA HA HAAAAAAAAAAAAAA!!!!!

e no ar aquele agradável e inesquecível cheiro de ... ROSAS...e GARDENIA...
Por mais que me esforçasse não conseguia ver a misteriosa dama, que havia desaparecido como que por encanto. No ar seu perfume enebriante, na minha mente seu rosto e sorriso encantador e na minha mao, na minha mao uma Rosa Vermelha.

PONTO CANTADO
por CLAUDIA BAIBICH

Rainha da noite,
Senhora que me fascina.
Lhe faço à corte,
me guarda e me ilumina.

Linda Dama de vermelho,
mistério e sedução.
Vem me dar o seu conselho,
e aliviar meu coração.
Dama da Noite e da poesia,
vem girar no meu Terreiro,
trazendo sua alegria
e o seu poder certeiro!
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